terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Poça
A chuva me molhou o dia inteiro, borrando todas as frases que eu fiz para você. Meu rosto está escorrendo por entre meus dedos, e toda a dor são gotas que nunca se encontrarão. Seco os olhos para enxergar melhor, mas só vejo sereias e pedras. Estou afogada nesse mar seco de idéias que não se concretizam. Não preciso voltar à superfície.
domingo, 27 de janeiro de 2008
Um dia após o outro
Se um dia após o outro não houvesse, afogadas no terror de certas dúvidas as pessoas morreriam. E é porque há um dia após o outro que nós festejamos. Dormimos tristes, melancólicos, nostálgicos, saudosos, e acordamos sonhando outros sonhos, querendo saciar outras vontades. Quando pensamos no simples porém divino mecanismo de um dia após o outro, refletimos sobre as oportunidades. As perdidas e as que estão por bater em nossa porta. Analisamos toda a gama de hostilidades dispostas porta afora e saímos de casa. Não estamos preparados para a vida e para o mundo, mas temos que enfrentá-los. Nos valemos sempre do um dia após o outro. Alguns medem cada passo, outros atropelam-se a si mesmos.
Calma ou desespero. Uma questão de escolha na hora de viver um dia após o outro. Há dias de calma, há dias de desespero. Entretanto, o que mais fascina com relação a um dia após o outro é a capacidade de armazenar experiência. Nem sempre em um dia após o outro os dias são completamente diferentes, há dias que já foram vividos. De outra forma, talvez, mas vividos. E pelo acúmulo de experiências, vivemos esses dias quase-que-repetidos com a serenidade dos que conhecem. Não há desespero nesses dias. Há outros, logicamente, desconhecidos. Dias tão novos quanto um tênis branco dentro da caixa. Desses dias, as lembranças que ficam são um pouco confusas. Lembramos do cheiro do novo, do suor de medo, da fascinação do desconhecido, da pulsação pelo inesperado. Flashes. Talvez nunca exista outro igual. Talvez sim. Quem há de saber? Só vivendo um dia após o outro que descobriremos.
Ah! Bendita invenção essa. Parabenizemos seu inventor. Não sabemos por que nos faz nascer e viver, se vai nos matar no final da linha, mas nos presenteou com belezas infindas: cheiros, gostos, sons, toques, imagens. Os mais belos. E nos permitiu que vivêssemos um dia após o outro, para que possamos apreender todas essas belezas de diferentes maneiras. O objetivo? Só esse criador há de saber. Inocentes que somos, tentamos descobrir um dia após o outro. Talvez isso nos dê ânimo para continuar. Continuemos. Sem pensar no porquê. Há de haver uma explicação. Em algum lugar. Vivamos um dia após o outro. Quem sabe no final do dias a resposta seja a de que há mais uma infinidade de dias para vivermos, um após o outro, rodeados pelas belezas mais belas?
Calma ou desespero. Uma questão de escolha na hora de viver um dia após o outro. Há dias de calma, há dias de desespero. Entretanto, o que mais fascina com relação a um dia após o outro é a capacidade de armazenar experiência. Nem sempre em um dia após o outro os dias são completamente diferentes, há dias que já foram vividos. De outra forma, talvez, mas vividos. E pelo acúmulo de experiências, vivemos esses dias quase-que-repetidos com a serenidade dos que conhecem. Não há desespero nesses dias. Há outros, logicamente, desconhecidos. Dias tão novos quanto um tênis branco dentro da caixa. Desses dias, as lembranças que ficam são um pouco confusas. Lembramos do cheiro do novo, do suor de medo, da fascinação do desconhecido, da pulsação pelo inesperado. Flashes. Talvez nunca exista outro igual. Talvez sim. Quem há de saber? Só vivendo um dia após o outro que descobriremos.
Ah! Bendita invenção essa. Parabenizemos seu inventor. Não sabemos por que nos faz nascer e viver, se vai nos matar no final da linha, mas nos presenteou com belezas infindas: cheiros, gostos, sons, toques, imagens. Os mais belos. E nos permitiu que vivêssemos um dia após o outro, para que possamos apreender todas essas belezas de diferentes maneiras. O objetivo? Só esse criador há de saber. Inocentes que somos, tentamos descobrir um dia após o outro. Talvez isso nos dê ânimo para continuar. Continuemos. Sem pensar no porquê. Há de haver uma explicação. Em algum lugar. Vivamos um dia após o outro. Quem sabe no final do dias a resposta seja a de que há mais uma infinidade de dias para vivermos, um após o outro, rodeados pelas belezas mais belas?
sábado, 26 de janeiro de 2008
Delírios de você III (Brincadeira de Carnaval)
Se você não me responde, é claro que me incomoda. O que te faz pensar que eu não me incomodaria? Às vezes, durante à noite, imagens aleatórias me lembram que você tem feito questão de me ignorar. Então, quando acordo, sinto o cheiro da sua casa. O vento parece ter vindo de lá só para revolver minha cortina e me despertar. Tento esquecer, afastar todos os pensamentos em que há você, me convencer de que não passou de uma brincadeira de Carnaval. Uma brincadeira que talvez tenha se transformado em algo sério só para mim. Péssima mania de brincar sozinha: tenho desde criança. E depois de um ano, o que poderia ser um sonho virou meu pior pesadelo. Sua indiferença é um monstro que tem dormido comigo. Um monstro que não sabe pular Carnaval.
É claro que eu estou chateada.
Queria poder dizer isso a você.
É claro que eu estou chateada.
Queria poder dizer isso a você.
Delírios de você II
Quero gritar seu nome, bem alto, por todas as ruas. Por que não me escuta? Por que não me responde? Onde está você agora que eu sei que você está perto?
O vento fecha as portas entreabertas, e eu escuto ecos do que já foi dito. Será imaginação? Será real? Você vai permanecer distante mesmo ao meu lado?
Releio nossos versos, meu sonho. Eu sonhava todos os dias. Agora sonho que tudo pode ser verdadeiro, mas você não me vê. Virou um pesadelo.
Você fechou os olhos? Preferiu esquecer? A troco de quê?
O vento fecha as portas entreabertas, e eu escuto ecos do que já foi dito. Será imaginação? Será real? Você vai permanecer distante mesmo ao meu lado?
Releio nossos versos, meu sonho. Eu sonhava todos os dias. Agora sonho que tudo pode ser verdadeiro, mas você não me vê. Virou um pesadelo.
Você fechou os olhos? Preferiu esquecer? A troco de quê?
Delírios de você
Várias frases piegas, bregas e clichês passam pelos meus dedos e nada é mentira. Você talvez seja mentira. O que vivemos talvez tenha sido mentira. Para você, pelo menos. Para mim foi real. Tão real quanto são meus devaneios, meus delírios, meus sonhos, minhas fantasias. Tudo tão tangível.
Você sumiu como se não houvesse existido. Mas a dor é verdadeira, e eu já penso em te procurar pela cidade. Mais um devaneio e perco o ar. Deixo eu de existir e dou vida a meus delírios. Minhas febres. Minhas paixões. Ressuscito o que há de pior em mim: a intensidade das minhas vontades loucas.
Você sumiu como se não houvesse existido. Mas a dor é verdadeira, e eu já penso em te procurar pela cidade. Mais um devaneio e perco o ar. Deixo eu de existir e dou vida a meus delírios. Minhas febres. Minhas paixões. Ressuscito o que há de pior em mim: a intensidade das minhas vontades loucas.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Penso, logo...
Penso todos os dias. Penso muito. Penso demasiado. Penso sobre tudo e mesmo quando não sei o que pensar penso. Pensar vira minha obsessão. Pensar, pensar, pensar. Penso tanto que penso que chega a doer. São tantos os pensamentos que chego a pensar se vou explodir com tamanha quantidade de pensamentos numa só cabeça. Penso tanto que deixo de existir. Não existo, só penso. Penso, logo não existo.
domingo, 20 de janeiro de 2008
Discutindo com você
Eu me despetalando, e você chega para dizer que está tudo bem, que essa é uma fase ótima. Eu espero que você esteja certo, para que meu dia hoje seja um pouco melhor. Você não tem vergonha nessa sua cara de dizer que eu estou bonita, irradiando carisma. Logo eu, que passei a noite a chorar.
Amanhã, quando eu estiver me sentindo melhor e nem lembrar mais de nada, bem sei, você chegará com o discurso todo mudado, dizendo que é para eu sair da vala, me arrumar, "ver gente", e invariavelmente é na vala que me arremessará novamente. Te conheço. De outros carnaváis. Você nunca acerta nada.
Eu que sou uma imbecil por acreditar em meia dúzia de palavras vazias, escolhidas a dedo para me confundir, me animar, me matar, me ressuscitar, me beijar a boca e ir.
Você não vale o preço que eu pago para te ter aqui. Definitivamente. Não vale.
Hoje é: momento bom para estar rodeado por pessoas interessantes.
Amanhã será: época de recolhimento.
Ha! Te conheço. De outros carnaváis. Você nunca acerta.
Amanhã, quando eu estiver me sentindo melhor e nem lembrar mais de nada, bem sei, você chegará com o discurso todo mudado, dizendo que é para eu sair da vala, me arrumar, "ver gente", e invariavelmente é na vala que me arremessará novamente. Te conheço. De outros carnaváis. Você nunca acerta nada.
Eu que sou uma imbecil por acreditar em meia dúzia de palavras vazias, escolhidas a dedo para me confundir, me animar, me matar, me ressuscitar, me beijar a boca e ir.
Você não vale o preço que eu pago para te ter aqui. Definitivamente. Não vale.
Hoje é: momento bom para estar rodeado por pessoas interessantes.
Amanhã será: época de recolhimento.
Ha! Te conheço. De outros carnaváis. Você nunca acerta.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Buscando um sentindo
Por que há um caminho certo e um errado? Por que eu preciso estar feliz e controlada, sempre? Por que estar triste e chateada não é bom? Por que eu preciso saber o que eu quero da vida? Por que eu preciso ter certezas? Por que preciso ter planos? Por que preciso saber cozinhar? Por que preciso ler jornal todo dia? Por que eu não posso falar palavrão? Por que eu sou repreendida quando não concordo? Por que preciso dormir cedo? Por que não posso sair na terça? Por que preciso ser simpática? Por que preciso ter um emprego, uma estabilidade? Por que preciso ser organizada? Por que minha meta deve ser ter uma casa própria? Por que devo procurar um marido? Por que devo ter filhos?
Por que insistem em uma maneira ideal de viver?
Por que cismam que há coisas certas que devem ser feitas ao longo da vida?
Por que vocês não vivem a vida de vocês?
Por que insistem em uma maneira ideal de viver?
Por que cismam que há coisas certas que devem ser feitas ao longo da vida?
Por que vocês não vivem a vida de vocês?
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Uma manhã qualquer
Acordo. Poucas horas de sono. Um bom sono apesar das poucas horas. Me esforço para cumprir as tarefas que resultarão (um dia) em hábitos saudáveis de vida. As poucas horas de sono denunciam que isto é um comportamento paradoxal. Mas os hábitos saudáveis de vida são importantes, e eu diligentemente vou para o templo do culto ao físico. Volto. A vida sorri para mim. O sol brilha. O mundo é bonito. Endorfina. Sou uma viciada. No entanto, já estou pensando na noite. Promessas para hoje à noite. Expectativas? Sim. Acho que sou viciada também. No caminho para o lugar onde faço muito dinheiro para os outros e pouco para mim reparo que não trouxe o aparelho que me faz acreditar que não estou sozinha. Penso, penso. Voltar para buscar seria tão indigno quanto lamber o chão em que meus inimigos pisam. Não, não voltarei. Penso, penso. Fará diferença? A resposta é: provavelmente não. Chegarei em casa e a tela colorida não acusará nenhuma ligação perdida. Provavelmente. Esperanças dão tanto barato quanto expectativas. Um ônibus, dois ônibus, três ônibus. Quarenta e cinco minutos de pensamentos depois estou no lugar onde não estaria se fosse rica. Se fosse louca. Se fosse capaz de tentar ser feliz. A partir de então, nada poderei dizer. Nada de novo. Só a vontade desesperada de existir e de me fazer presente no mundo. Só que daqui de dentro é tão difícil. Esperemos a noite. Endorfina e expectativa. Bons substitutos para anfetamina e chocolate.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
O primeiro do ano
Um início de ano em crise existencial. Saber o que queremos se torna tão irrelevante quando perdemos a noção de quem somos... E aí vamos vivendo ao sabor do vento, da água, do sal, do açúcar. Nos deixamos levar pelos beijos, pelo suor, pelas tentações, pelas orientações.
Individualismo? Esquizofrenia? Neurose? Eu? Quem? Eu. Torcendo para que um punhado de atitudes brilhantes me defina melhor do meia dúzia de comportamentos decepcionantes.
Nada tenho
Vez em quando tudo
Tudo quero
Mais ou menos quanto
Vida, vida
Noves fora zero
Quero viver, quero ouvir
Quero ver
Nada tenho
Vez em quando tudo
Tudo quero
Mais ou menos quanto
Vida, vida
Noves fora zero
Se é assim, quero sim
Acho que vim prá te ver...
Individualismo? Esquizofrenia? Neurose? Eu? Quem? Eu. Torcendo para que um punhado de atitudes brilhantes me defina melhor do meia dúzia de comportamentos decepcionantes.
Nada tenho
Vez em quando tudo
Tudo quero
Mais ou menos quanto
Vida, vida
Noves fora zero
Quero viver, quero ouvir
Quero ver
Nada tenho
Vez em quando tudo
Tudo quero
Mais ou menos quanto
Vida, vida
Noves fora zero
Se é assim, quero sim
Acho que vim prá te ver...
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