quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Eterna lembrança de uma mente sem brilho
As luzes apagaram, e algumas gotas começaram a cair. No radinho tocava uma música que sempre me deixa um gosto bom na boca, uma saudade de sei lá o quê. Fui deixando o tempo passar, mas contando os minutos para que você notasse. Na verdade, acho que você já tinha notado. Deixei aquela música, aquelas gotas, os toques e o calor acontecerem. A noite ia acontecendo, e na minha cabeça eu pensava no que ia falar. Sim, nesse momento eu já tinha certeza do que ia acontecer. É tudo tão calculado, sempre. Mas pensei. Algumas palavras aqui, outras ali. Falei. Dali, eu soube conduzir, como numa dança, tudo o que eu queria. A música parou. Intencionalmente. Não sei bem mais o quê. Não lembro direito. Verifiquei no relógio: um pouco antes de a manhã dar as caras, algumas horas depois de ser amanhã, parei. É preciso botar um ponto final nas histórias. Agora, eu às vezes penso sobre isso, mas não quero procurar. E sei que não vão me achar. Foi como eu escolhi: o escuro, o anonimato, o efêmero.