A idéia de que aquela possa ter sido a última vez que te vi fez com que eu não pudesse dormir direito. Pensamentos confusos me perturbaram durante toda a noite:
Os meus olhos procurando os teus, tantos quilômetros, tantas histórias, tantas vidas entre nós.
Seria aquela a última vez que eu ouviria tua voz?
E o que eu vou guardar de ti?
Será que não existe mais nada?
E será que um dia existiu?
Tentativas vãs de te tocar, de me fazer perceber.
E a noite continuava, longa e desesperada. Poucas horas para dormir e tanto de ti para ser pensado. Tanto para ser digerido. Acordo e uma dúvida entra pela janela: foi eterno enquanto durou ou seria melhor nem ter vivido nada? Preciso escolher agora? E o que eu faço com esse revirar de estômago, essa saudade de não sei bem o quê, essa falta do que eu nunca tive? O que eu faço com a tua lembrança? Será que tu és agora só mais uma lembrança? Queria tanto acreditar que não...
Sentimentos tolos, que tanto evito, tomaram a minha alma.
Não. Não quero mais falar sobre ti. E nem quero mais entender o que ou quem te colocou no meu caminho. Não quero mais ocupar meus pensamentos com divagações, não quero mais nada contigo.