sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Não eu
Sem você, passo mais um dia que parece um ano, que parece um monstro, que parece um não. A madrugada se aproxima e com ela o fim da tortura. Envolta na neblina do fim da noite, consigo esquecer, consigo relaxar, consigo não pensar. Os pequenos passos me levam até meu quarto. Aguardo o fim de mais um noite sem fim. Minha maturidade escondida no fundo de uma gaveta que quase nunca é aberta. Pensamentos vão e voltam, e esse movimento embala meu sono. Acordo sem você. Um monstro atrás da porta me aguarda. Mais um dia. Visto uma fantasia e vou para a rua, fingir que suporto. Não, não suporto. Você poderia ver nos meus olhos que é demais para mim. Mas eles não veem. Acham que estou bem, madura, resolvida. Decidi não parar de tomar o remédio. Quero enfrentar essas novas situações envenenada, alheia. Um não eu, para um não dia. Um quase eu, para um quase dia.