domingo, 20 de abril de 2008
Razões para beber
Não vou me definir, porque hoje me descobri assim desde que nasci. Cansei de tentar me explicar. Cansei de pensar que sou de outro jeito que não esse. E, por meios tortos, me encontrei em mim mesma depois de anos. Nem percebi que nunca havia saído daqui. Não mudei, não era outra, nunca deixei de ser eu. E para os que tentam descobrir outra pessoa nesta que vos fala, digo que não há, nunca houve, nunca haverá. Não existe assunto sobre o qual eu não possa conversar, não há coisa no mundo que eu não queira conhecer. Há motivos de sobra para sorrir, existem ainda muitos lugares para ir. Amigos, corpos, línguas, sorrisos, garrafas. Tenho o suficiente. Nem mais nem menos do que mereço. E tudo tem seu tempo. Não acredito nem desacredito no amor. Só o desconheço. Nada mais me amedronta. Vida pela frente? Não sei. Sei que atrás há um bocadinho de vida vivida. Razões para beber? Todas. Livre-me do dia em que não as houver.