quinta-feira, 17 de julho de 2008
A real dark room
Estou tateando no escuro de uma sala desconhecida. Cada tombo e esbarrão são desestimulantes a ponto de me fazer desistir. As paredes frias que eu toco me desesperam. Um nó de angústia, um grito aprisionado, as lágrimas explodindo nos olhos. Não sei quanto tempo mais poderei suportar. Lembro então: quando você não sabe para onde vai, tanto faz o caminho que você vai seguir. Eu sempre achei isso genial, mas costumava ter para onde seguir e nunca pus em prática tal lição. Agora chegou o momento. Não sei para onde vou. De qualquer forma, não importa o caminho, todos me parecem longos, cansativos e estressantes. Continuo na sala escura. Nenhum interruptor. Nada que tenha a função de iluminar. Se eu encontrar um cantinho livre para sentar, sentarei e chorarei a noite inteira. Meu medo agora são os objetos pontiagudos, de vidro, porta-retratos, vasos de planta, quinas e mais quinas. Vou desistir. Minhas pernas tremem e eu não tenho mais forças. Se ao menos eu pudesse sentar, parar, pensar.