domingo, 28 de outubro de 2007

Manhã sem paz

É vã a busca da paz nesta angustiante manhã. Manhã que se faz tarde, que não espera e já é noite. Noite quente e sufocante. Cadê a paz? Um alvoroçar de pássaros perdidos no peito. Dói o corpo. Vontade que não passa. Cadê a paz?
Mas a tal, que se procura sem cessar, não quer se encontrada. Não se faz encontrada. Na verdade, a caçada por ela é morosa; e assim talvez seja propositalmente. A ilusão da angústia da procura se deve ao estremecer da alma perturbada.
Corpo e alma, fundidos para o atormento das moléculas de ar, buscam conforto, seja na paz supostamente almejada, seja no arder de um outro corpo/alma, com quem talvez possa dividir tamanha inquietação.