Eu tenho dez minutos para dizer que eu não vou ser insegura, nem vou ter medo de novo. Ok, são nove minutos agora. E como eu ia dizendo, eu não vou ter mais medo. Eu já aprendi como é e posso dizer muito tranqüilamente que deu quase tudo certo. Oito. Não vou me sentir menor, nem vou tentar parecer melhor. Agora sete. O que é isso? Eu não preciso disso. Quer ir? Ora, vai. Não enche a paciência. E vai logo, porque está ocupando espaço. Seis minutos. Não vou ficar me comparando. É uma idiotice isso. Não faz nenhum sentido. Cada centavo daquela terapia é bem gasto, sabia? E agora que faltam cinco minutos, eu gostaria de dizer que não vou escolher uma frase de Beckett para colocar no meu orkut, nem vou dizer que gosto desse ou daquele filme só para chamar atenção. Até porque faltam quatro minutos, e eu não tenho tempo para perder tentando parecer o que eu não sou. Dá um trabalho danado ser quem eu sou. Sério. Eu estou esperando faltarem três minutos para que esse discurso todo faça algum sentido. Enfim, ainda não sei direito, sabe? Mas de uma coisa eu sei: nesse caminho de trevas aí eu não entro. Ah, não entro mesmo. Até porque eu já entrei e já saí e nem gostei. Vou ficar aqui porque faltam segundos para faltarem dois minutos. Dois. Meu caminho agora é de luz, segurança, confiança. Sim, sim. Pode tirar onda com a minha cara, eu não me importo. Cheguei longe e só falta um minuto. Tenho que ir, de cabeça erguida, dando valor ao que eu sou e construí, porque nada há de mais caro (em todos os sentidos) do que eu.
Gostaria de agradecer aos leitores por terem me acompanhado nesse processo de recuperação da sanidade perdida. Foi um lapso só. Passou. Beijos.