segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Ao mestre
Ele fala mais do que eu. Ele fala por mim. Ele me cala. Me deixa sem voz. E eu tento falar o que ele diz. Sou palavra muda diante dele. Não tenho o que dizer. Sua poesia serena meu caos. Eu só preciso dele. Ele nem sabe quem eu sou.
domingo, 21 de dezembro de 2008
O de sempre, por favor
só fui, porque dói. porque sangra. porque não tem porquê. porque o vazio é grande, e maior é a minha vontade de te procurar. de te dizer que não há nada, que não há porquê. porque sim. porque eu quero. por quê?
Mais além
E vem chegando, como uma anunciação de tempestade: negra, espessa, doída. A velocidade é maior ou menor dependendo da companhia. Mas não me deixe só.
Aperta meu peito, me cega, dispara em mim sensações tão desesperadoras que mal posso respirar. E eu me afasto, eu afasto todos. O toque é incômodo, o vazio é libertador. Não há carinhos ou carícias. Descargas elétricas. Tortura. Mas não vá embora.
Os sentimentos humanos me parecem desnecessários e pequenos. Escolho palavras como burrice, mesquinharia, mediocridade, ignorância. Preguiça de conversar, de falar. E eu nem sabia que ouvir poderia ser tão esquisito.
Atento para todas as palavras vãs desperdiçadas, lançadas ao vento. As horas que as pessoas que não são como eu gastam preenchendo uma vida de leviandades. Para quê? Para onde? Para quando?
Procuro por trás das montanhas, dentro das horas, fora das gavetas, no prato cheio, na panela vazia, nas peças dos eletrodomésticos quebrados, nos olhos dos seres pseudo-humanos. Não está aqui, tenho certeza. É mais além.
Aperta meu peito, me cega, dispara em mim sensações tão desesperadoras que mal posso respirar. E eu me afasto, eu afasto todos. O toque é incômodo, o vazio é libertador. Não há carinhos ou carícias. Descargas elétricas. Tortura. Mas não vá embora.
Os sentimentos humanos me parecem desnecessários e pequenos. Escolho palavras como burrice, mesquinharia, mediocridade, ignorância. Preguiça de conversar, de falar. E eu nem sabia que ouvir poderia ser tão esquisito.
Atento para todas as palavras vãs desperdiçadas, lançadas ao vento. As horas que as pessoas que não são como eu gastam preenchendo uma vida de leviandades. Para quê? Para onde? Para quando?
Procuro por trás das montanhas, dentro das horas, fora das gavetas, no prato cheio, na panela vazia, nas peças dos eletrodomésticos quebrados, nos olhos dos seres pseudo-humanos. Não está aqui, tenho certeza. É mais além.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Das coisas que eu não disse ontem
Não sei se estou com saco de escrever hoje. Sei lá, descobri que me posiciono na cadeira de forma que favorece a dor na minha coluna. Um dia desses tentei lembrar da emoção que era pegar ônibus de graça com a blusa do Pedro II. Ganhei uma máquina de café espresso, mas acho que não vou usá-la com regularidade devido a minha exagerada preguiça. Acho que li em algum lugar algo sobre tempo livre: quando finalmente temos tempo livre para descansar, esforçamo-nos para preenchê-lo com coisas que não fizemos por não ter tempo e acabamos não descansando. Tenho vontade de ligar para alguns amigos e perguntar se estão bem, mas decidi tirar o tempo para descansar. O Gtalk está piscando, mas eu estou sem saco de sair daqui e ver o que é. Sabe? Coisas da vida. Hoje eu recebi uma revista de graça: queria saber em qual estratégia de marketing eu caí por ter tido vontade de assiná-la. Eu tenho nojo de ressonância magnética e raios X. Estou tão serena hoje que poderia dizer que estou possuída por um espírito calmo, tranqüilo e sábio. Quando eu vou parar de usar trema? Preciso reler o raio do Acordo Ortográfico. Tem vezes que eu suponho que as pessoas gostam de mim, meio intuitivamente: na verdade, nunca me questiono do contrário. Noutras, acredito piamente que me odeiam. Sei lá. Estou meio sem saco de escrever hoje.
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